Na Ilha da Boavista - Cabo Verde




19 Agosto 2014
Na Ilha da Boavista

No sábado passado, pelo meio-dia, cheguei a esta ilha de estâncias turísticas deslumbrantes, procuradas por gente da Europa e da América que bom jeito dão à balança comercial do país e a milhares de humildes trabalhadores.

Trazia na alma as abruptas montahas de S.Nicolau rasgadas por atrevidas e íngremes estradas. 
Logo me tocaram dois aspectos: ilha de solo muito mais horizontal, com razoáveis percursos de estrada plana e recta; e as marcas da  crise europeia/portuguesa/mundial que deixou nesta terra inúmeros projectos inacabados.







Imóveis sem conta ficaram pelo caminho, à espera de melhores dias.




 Impressionou-me a gare do aeroporto de construção majestosa, paredes corpulentas a lembrar os castelos medievais da Europa ou, as fortalezas militares que nas costas africanas testemunham a multifacetada história do continente. A que conheço a melhor, claro, é a da Ilha de Moçambique.
O nome do primeiro presidente deste país independente, Aristides Pereira, sucessor do inesquecível e assassinado líder Amilcar Cabral à frente do PAIGC, empresta a este original aeroporto ainda mais dignidade e vivido sentido histórico.
Quem dirá que esta é a zona do check-in e de embarque?
Mal desembarquei, senti que estava em espaço completamente diferente do habitual em qualquer parte do mundo: arejado, com zonas a céu-aberto e de coberturas parciais que mais se podem chamar alpendres. De telha de cerâmica. Nunca tinha visto coisa igual! Simples, aberto, acolhedor, próximo!



 






 Logo senti a verdade do mural/saudação aposto na zona convivencial e de check-in que fotografei, hoje mesmo, quando ali me fui despedir do grupo de jovens “voluntários/as”que, de lágrimas nos olhos, regressavam a Portugal, depois aqui terem estado, cerca de 3 semanas, acompanhadospelo salesiano Padre Anibal e pela Mina Milhões, em trabalho com crianças e adolescentes no Centro Comnitário Nossa Senhora da Boa Esperança, onde, como é comum nestas iniciativas, disseram mais terem aprendido do que ensinado. Estou certo de que é bem verdade.






 
















Depois, o P.José Mário, pároco, surpreendeu-me com um passeio penetrando no deserto da Estância de Baixo. Deslumbrante expeirência de caminhar na areia, quente mas suportável - creio que aconselhada para dores reumáticas e ciáticas - salvo alguns lugares menos expostos à brisa marítima onde escaldava um pouco.