30 de Outubro de 2013
Queridos Amigos do Povo Moçambicano
A minha intuição de há mais de 1 ano vai-se
concretizando. Desde que Dlhakhama se posicionou na emblemática Gorongosa eu
vislumbrei o cenário: ele força a situação, como pode, para obrigar a Frelimo à
correcção do pacote eleitoral (CNE e STAE) e, de caminho, Guebuza a proveita a
deixa para se perpetuar no poder imitando JES (Angola).
Há 1 ano eu acusava Dlhakhama de estar a fazer
um favor a Guebuza. Muita gente dizia, em Moçambique, que ele recebia o seu
para isso: fingir que era oposição democrática. Hoje acredito que não fosse um
favor consciente, mas, pelo estado em que estamos, objectivamente, assim
aconteceu.
Ao não conseguir alterar a constituição da
República, Guebuza, fazendo jus aos seus dotes políticos (cf Alice Mabote), vem
jogando, todas as pedras do seu xadrez, com o intuito inconfessado (cf texto de
Salomão Moiane anexo) de se perpetuar no poder. Basta que não haja eleições,
sejam elas transparentes ou opacas.
A imprensa livre de Moçambique tem feito o seu
papel de esclarecimento. Veja-se o SAVANA nº 1033 e o texto de Salomão Moiane
(Magazine Independente) que aqui utilizo, anexando, com a devida vénia.
Na manhazinha de hoje,30 de Outubro, como em
cada dia, estando em Lisboa, sintonizei a RDPAfrica para ter mais notícias de
Moçambique… Um instante de esperança quando o locutor anuncia “Hoje, em Maputo,
Plataforma da sociedade civil….”. Mas não era a mobilização das forças vivas da
Nação para decidirem intervir em favor da Paz no país. …Algo de luta contra o
HIV/Sida. Sobre a situação político-militar, nada. Desgraçadamente, em sintonia
com aminha resposta a muitos amigos que me telefonam, o locutor anuncia uma
entrevista no jornal PUBLICO (Lisboa), de Lourenço do Rosário, intitulada
““Moçambique vive uma situação de guerra não declarada”.
É hora limite de exigirmos ao Presidente
Guebuza que se submeta ao mais elementar bom senso de aceitar todas as
mediações e conselhos da gente moçambicana que lhe exige PAZ e abandone todos
os seus caprichos (cf Jorge Rebelo no Savana 1032).
Zé Luzia