Um oásis no deserto da angústia!
Hospital Central do Maputo
No meio da generalizada consternação
em que vivemos em Moçambique;
da ansiedade e inquietação pelos dias de amanhã, ensombrados
pelos perniciosos efeitos da escandalosa dívida ilegal e escondida que o
governo de Guebuza contraiu;
no sentimento da impunidade em que vemos movimentarem-se os seus autores a quem a PGR não dá mostra de levar à barra da Justiça (o que
mostra como o poder judicial anda amarrado e manietado pelo poder político);
apesar de toda essa angústia e incerteza, no meio de tamanho deserto, um
pequenino oásis tive oportunidade de encontrar, no Maputo, na minha recente
estadia de 3 semanas:
no Hospital Central, a cujos serviços variados tive de
recorrer como utente comum, surpreendeu-me a onda de HUMANIZAÇÃO que ali se
respira.
Surpreendeu-me o esforço
de higiene, organização e funcionamento orientados para os doentes que ali acorremos em
busca de lenitivo para as dores.
Na urgência, logo aceites com
diligência e atenção. Muito rapidamente encaminhado para um médico/a e logo
enviado para as análises (o meu medo era que fosse uma recaída de malária que
depois de me ter deixado em paz durante todo o ano de 2016, me atormentou neste
1ºsemestre de 2017).
Em todos sectores e cantos senti uma
onda de atenção não só por mim, mas por todas as pessoas que chegavam. E desta
atenção logo dei conta, no arrumador dos carros que se dispôs a encontrar-nos
um lugar no pouco espaço disponível pelas 11 h daquele domingo, 2 de Julho. Em
vez de nos molestar com o fatal e ríspido ralhete “não pode ficar aí” teve a
amabilidade de sugerir um lugarzinho no pouco espaço de que se dispunha! Que
novidade humanística!
Surpreendeu-me também ter visto um
letreiro que indicava: FACILITADORES!
Nem preciso de exprimir o que se esconde por detrás deste tão belo como
oportuno serviço onde chega tanta gente que, tantas vezes, andava por ali às
aranhas, sem saber bem aonde se dirigir!
Parabéns, Direcção do Hospital
Central do Maputo!
Parabéns, Dr Mouzinho Saíde cuja bondade conheço desde os
nosso tempos de empenhada convivência na resolução dos problemas quando ele era
Director Provincial em Nampula nos anos 1990.
Honra e homenagem ao seu antecessor,
Dr Fumane, que não conheci mas cujo empenho agora ouvi referir e cuja
obra você está agora a continuar!
Quem dera que esta marca humanizante
contaminasse não só todos os espaços dos serviços de Saúde, mas, bem mais do
que isso, todos os espaços dos serviços públicos, da Educação às Finanças! Da Justiça às Forças de Defesa e Segurança!
Outro seria o País! E não seria belo por discurso retórico! Mas de verdade